Campo de Ourique

Campo de Ourique
Jardim Teófilo Braga

domingo, 21 de julho de 2013

Jardim Teófilo Braga




































Imagens antigas do bairro de Campo de Ourique - 2

Igreja de Santo Condestável - vista aérea do bairro em construção

Cruzamento da Rua Azedo Gneco com a Rua Coelho da Rocha

R. Ferreira Borges com a mãe de água e Amoreiras ao fundo

Imagens antigas do bairro de Campo de Ourique - 1

Rua Ferreira Borges
Rua de Campo de Ourique

Rua de Campo de Ourique
Rua de Campo de Ourique

Cruzamento da Rua de Campo de Ourique com a Rua Ferreira Borges


Rua de Campo de Ourique

Rua de Campo de Ourique

Largo dos Prazeres
Rua de Campo de Ourique



O mercado de Campo de Ourique


















Rua Tenente Ferreira Durão

Final da Rua Tenente Ferreira Durão junto às escadas para o adro da Igreja de Santo Condestável. Traseiras do Mercado de Campo de Ourique.



Joaquim Ferreira Durão (Ponta Delgada19 de Fevereiro de 1876 — Cuangar31 de Outubro de 1914), mais conhecido por Tenente Ferreira Durão, foi um militar do Exército Português morto em combate quando defendia o Forte de Cuangar, um forte fronteiriço angolano na localidade de Cuangar (ou Quangar, como então era grafado) contra um ataque de forças alemãs das Schutztruppe do Sudoeste Africano Alemão. Aquele ataque, comandado pelo capitão de cavalaria da reserva Wilhelm Lehmann (um fazendeiro dos arredores de Grootfontein) , era uma retaliação pela morte de um grupo de cidadãos alemães em Naulila, incidente que ocorrera duas semanas antes, e foi prelúdio para o Desastre de Naulila e para o envio de uma força expedicionária portuguesa para a região.

Nasceu na freguesia de São Pedro da cidade de Ponta Delgada, filho de Joaquim José Guilherme Ferreira Durão, oficial do Exército então ali estacionado. Ainda criança foi residir em Angra do Heroísmo, para aonde o seu pai, entretanto promovido a capitão, fora transferido. Viveu no Castelo de São João Baptista do Monte Brasil do qual seu pai fazia parte da guarnição.Frequentou o Instituto Angrense e depois o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, assentando praça como voluntário a 3 de Novembro de 1892 no Regimento que estava de guarnição na Terceira.

Apesar da família ter sido transferida para Lisboa, deixando a ilha Terceira a bordo do vapor Vega a 25 de Maio de 1894, permaneceu na Terceira, atingindo nesse ano o posto de 2.º sargento e fazendo exame do 2.º curso das Escolas Regimentais, no Castelo, a 29 de Agosto desse ano, sendo aprovado com distinção.
Prosseguiu a sua carreira militar, sendo promovido a alferes em 1906. Teve uma notável folha de serviços nas colónias, sendo nomeado capitão-mor do Cuamato (ao tempo Quamato), cargo que ocupava quando, estando no comando do forte de Cuangar, foi morto num recontro fronteiriço com as forças alemãs da vizinha colónia do Sudoeste Africano Alemão, desencadeando uma onda de patriotismo que se traduziria num reforço das posições do quadrante político que defendia a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial.
O seu nome foi incluindo na toponímia de diversas povoações, incluindo na de Angra do Heroísmo (na agora novamente denominada Rua de São Pedro), mas foi entretanto largamente esquecido.



Rua Azedo Gneco











Este é o início da Rua Azedo Gneco. Desde miúda que me lembro de ter que soletrar o nome pois ninguém o conhecia nem entendia. O portão ao fundo é da Escola Primária nº9 - antigamente apenas feminina, escola que frequentei e onde 46 anos a minha mãe deu aulas. Subi e desci esta rua milhares de vezes certamente. Todos os dias que fui e vim da escola, todos os dias em que fui visitar a minha mãe à escola, todas as vezes que visitei a minha tia- avó que morava neste 1º prédio da esquerda, ou a minha tia materna que morava no 1º prédio da direita. Esta rua faz parte de mim, da minha infância, da minha vida, da minha família.
Ainda hoje muita gente não sabe quem foi Azedo Gneco, por isso aqui fica a informação.


Azedo GnecoEudóxio César Azedo Gneco (Samora Correia, Benavente, 1849  Lisboa, 29 de Junho de 1911), mais conhecido por Azedo Gneco, foi gravador de profissão, medalhista e aprendiz de escultor, tendo-se distinguido pela sua acção como activista político. Foi também um autodidacta, publicista e orador distinto, que se notabilizou como jornalista e conferencista, protagonizando polémicas de grande relevância. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português e um dos seus primeiros dirigentes. Pertenceu à Maçonaria.

Biografia

De ascendência italiana, foi gravador de profissão, medalhista e aprendiz de escultor, a partir de 1865 trabalhou como operário gravador na Casa da Moeda de Lisboa, onde conquistou alguma reputação enquanto abridor de cunhos e medalhas, mas também, como gravador tipográfico. São da sua autoria diversos desenhos de selos, entre os quais o selo para jornais de 2,5 réis, um dos mais circulados em Portugal nos finais do século XIX.

Para além da sua actividade como gravador, ao longo da sua carreira dedicou-se a outras actividades, como a estampagem de tecidos e a galvanoplastia, produzindo trabalhos de reconhecida qualidade.
Desde cedo revelou interesse pela política, tendo iniciado a sua actividade política e sindical no Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas, no qual ocupou funções de destaque, ao mesmo tempo que frequentava reuniões de várias sociedades secretas. Por volta de 1870 tornou-se membro da Maçonaria, tendo chegado a venerável da Loja Razão e Justiça, mas afastou-se a partir de 1873.
Em 1871, na sequência da visita a Lisboa de três dirigentes socialistas espanhóis, vindos como emissários da Associação Internacional dos Trabalhadores, adere às ideias revolucionárias defendidas por aquela associação. Fez parte da Federação Portuguesa, integrando o Grupo da Democracia Socialista (DS), conhecido pela Secção do Monte Olivete, o qual deu origem à Associação Protectora do Trabalho Nacional, de tendência antiautoritária bakuninista. Após a extinção do Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas, em 1872, participou no esforço conjunto com a Fraternidade Operaria (FO), liderada por José Fontana, tentando levar a cabo em Portugal um trabalho de organização e teorização revolucionária do proletariado. Com esse objectivo, colaborou intensamente em O Pensamento Social, o jornal da Fraternidade Operária.
Aderiu às ideias do Congresso de Haia (1872) da Associação Internacional dos Trabalhadores, passando a pugnar pela organização dos partidos operários nacionais e opondo-se ao anarquismo.
Com o fracasso da ideias socialistas após o fim da Comuna de Paris e as tentativas revolucionárias em Portugal, envolveu-se na organização da Associação dos Trabalhadores, associação criada por fusão entre a Fraternidade Operária e a Associação do Trabalho Nacional. Fruto da conjugação de esforços com José Fontana, a Associação dos Trabalhadores chegou a reunir cerca de 3 000 sócios, assumindo largamente o papel de liderança do movimento operário que o Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas havia ocupado nas décadas anteriores.
Fervoroso entusiasta das doutrinas republicanas, estabelece contactos próximos com a Associação Internacional dos Trabalhadores, sendo em 18 de Março de 1873 eleito secretário-geral da Associação Socialista, a secção lisboeta da AIT. Foi um dos fundadores do Centro Republicano Federal, considerando que a apenas a implantação da República podia abrir caminho ao avanço do socialismo em Portugal.
Dando seguimento às orientações do Congresso de Haia, a 10 de Janeiro de 1875, com José FontanaNobre FrançaJosé Caetano da SilvaJosé Tedeschi e António Joaquim de Oliveira, fundou o Partido Socialista Português, aderente à Primeira Internacional, de orientação marxista, mas com forte presença federalista e proudhoniana.
Durante a década de 1870, Azedo Gneco manteve relações epistolares com Karl Marx e com Friederich Engels, proximidade que explica a sua adesão às teses do Congresso de Haia e o ter sido eleito o secretário-geral da secção portuguesa da Associação Internacional de Trabalhadores.
No Partido Socialista Português, particularmente após a morte de José Fontana, assume posição de liderança, optando pela vertente mais marxista, contrariando o republicanismo, o chamado possibilismo e, principalmente, o anarquismo, corrente em grande crescendo e progressivamente dominante nas organizações laborais através doanarcossindicalismo.
Manteve-se na liderança do partido até 1878, mas já não consta nos órgãos directivos de 1879 e 1880. As divergências internas que deram origem à sua saída, levaram a várias cisões do Partido, seguidas de efémeras recomposições, num conturbado debate ideológico que se prolongou até ao fim do século XIX. Após a cisão originada do confronto com os ideais possibilistas em 1890, Azedo Gneco, juntamente com Nobre França e Ramos Lourenço, esteve ligado à criação da Liga de Democracia Socialista.
Organizou o Congresso Nacional Operário de 1893 e um Congresso Anticatólico em 1895, eventos que o afirmaram como um político da extrema esquerda portuguesa da época.
Em 1896 participa como delegado português no Congresso Socialista realizado em Londres. Nessa mesma cidade e ano (os Congressos eram coincidentes dadas as dificuldades da organizativas do movimento operário, participou no Congresso de Litógrafos, em representação da Liga de Artes Gráficas do Porto.
Regressou à estrutura dirigente do socialismo português em 1895, já numa facção dissidente, passando em 1905 a fazer parte da Federação Regional do Sul do Partido Socialista Português, da qual foi dirigente em 1907, 1909 e 1910.
Em 1899 fez parte da missão operária que visitou a Exposição Universal de Paris.
Em 1901 defende a formação de uma aliança com os republicanos, contrariando a orientação maioritária dos outros grupos que se reclamavam socialistas. Essa aliança não foi feita, havendo sempre grande hostilidade por parte do Partido republicano Português em relação aos socialistas. Esse afastamento permitiu que, a partir de 1907, o Partido Socialista Português se tenha afastado da aliança com os republicanos, a ponto de receber o apoio discreto do rei D. Manuel II de Portugal às suas reclamações de melhoria das condições de trabalho do operariado.
Após terem sido reveladas as cartas trocadas com o rei deposto, os socialistas são muito criticados pelos republicanos e Azedo Gneco, próximo de alguns governantes e figuras destacadas da monarquia, é particularmente visado. Perante a degradação da sua imagem pública, opta por um afastamento da política entre 1908 e 1910, num sentimento de grande descrença nas ideias republicanas e socialistas.
implantação da República Portuguesa, em 1910, reduz substancialmente a capacidade mobilizadora do Partido Socialista Português, esmagado pela vitória esmagadora do Partido republicano Português e pela sua tomada do aparelho do Estado. A partir de então o Partido Socialista Português entre em franco declínio, já que os trabalhadores aderiram em massa aos ideais do anarcossindicalismo, doutrina que conheceu os seus tempos áureos durante a Primeira República Portuguesa (1910-1926).
Azedo Gneco foi por diversas vezes candidato a deputado, mas nunca conseguiu os votos necessários para ser eleito.
Homem das letras e bom orador, distinguiu-se como publicista e conferencista, produzindo algumas polémicas relevantes. Foi colaborador assíduo de A VanguardaO País e O Século e um dos fundadores dos jornais socialistas O Protesto (1875) e o Protesto Operário, de que foi director. Também dirigiu A Folha do Povo. Para além daquelas participações regulares, conhecem-se colaborações de Azedo Gneco em múltiplas publicações periódicas, entre as quais: ActualidadeRebateO RevolucionárioOperário,TrabalhadorA FederaçãoLivre PensamentoO Primeiro de MaioA República SocialA Voz do OperárioO Pensamento Social e O Bom Senso.
Escritor panfletário de mérito, foi autor da maioria da propaganda socialista vinda a lume no seu tempo. Era também um dos mais conhecidos oradores do Partido Socialista, capaz de galvanizar multidões.
Azedo Gneco faleceu a 29 de Junho de 1911, estando sepultado num túmulo, construído por subscrição pública, no Cemitério dos Prazeres, junto ao seu camarada José Fontana.
Azedo Gneco é lembrado na toponímia da cidade de Lisboa através do nome de uma rua no Bairro de Campo de Ourique. É ainda lembrado na toponímia de algumas outras localidades, nomeadamente Queluz, Massamá, Póvoa de Santa Iria, Samora Correia, Covilhã e Faro.


Azedo Gneco durante um comício republicano no antigo recinto do Teatro do Rato, no dia 1 de Maio de 1907.

RUA AZEDO GNECO pertence à freguesia de SANTO CONDESTÁVEL, começa na Rua Saraiva de Carvalho no número 328 e termina na Rua Pereira e Sousa no número 45.
Esta rua foi baptizada em Junho de 1926, antes era a Rua número 3 do Bairro em construção junto da Rua Correia Teles.
Eudóxio César Azedo Gneco nasceu a 21 de Junho de 1849 e é um dos fundadores do Partido Socialista, juntamente com José Fontana. Aliás, desde muito cedo que revelou grande interesse pela Política.
Em 1865 trabalhava como operário gravador na Casa da Moeda, ao mesmo tempo que frequentava as reuniões de várias sociedades secretas. Cerca de cinco anos depois junta-se à Maçonaria.
Em 1871, integra o Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas, fundado em 1852. Mais tarde - em 1872 - este organismo daria lugar à Fraternidade Operária.
Fervoroso entusiasta das doutrinas republicanas, estabelece contactos com a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) e, em 1873, é eleito Secretário-Geral da Associação Socialista em 18 de Março, que era a secção lisboeta da AIT.
Em 1875 dá-se a ruptura: abandona de vez os ideais republicanos e tem uma grande contribuição na fundação do PS, então denominado como «Partido Operário Socialista Português». Mas, no interior do próprio partido existia várias facções: Azedo Gneco toma partido pela vertente mais marxista, contrariando as outras três tendências presentes: Anarquismo, Republicanismo e o chamado «Possibilismo dentro do Socialismo», em 1896 participa no Congresso Internacional como delegado português.
As divergências internas dão origem à sua saída e consequentemente formação do Partido Socialista Português. Pouco tempo depois dá-se uma nova cisão - os tempos políticos eram então de um conturbado debate - e surge a Aliança Republicana Socialista. Só em 1907 é possível uma reunificação.
Nessa época muitos são os que criticam Azedo Gneco como elemento próximo de alguns governantes e figuras destacadas da monarquia. A sua imagem pública entra em "queda livre", levando-o a optar por um afastamento da política entre 1908 e 1910.
Homem das letras e da palavra, distinguiu-se como jornalista e conferencista, tendo mesmo dado corpo a algumas polémicas relevantes.
«Colaborador assíduo de A VanguardaO País e O Século, contribuiu também para fundar o jornal Socialista O Protesto (1875) e o Protesto Operário, de que foi director, além de A Folha do Povo, sendo autor da maioria da propaganda socialista vinda a lume no seu tempo. Organizou o Congresso Nacional Operário (1893) e o Congresso Anticatólico (1895)(1).
O ambiente era de grande descrença, quer nas ideias republicanas, quer nas socialistas. O que levava os trabalhadores a aderirem em massa aos ideais do Anarco-Sindicalismo, doutrina que conheceu os seus tempos áureos durante a I República (1910-1926), bem como nos primeiros do Estado Novo, instaurado nesse mesmo ano.
Azedo Gneco mostra-se desgostoso com tudo isto, vindo a falecer em 29 de Junho de 1911. O seu túmulo, obra conseguida através de uma subscrição pública, encontra-se no Cemitério dos Prazeres, junto ao seu camarada José Fontana.(2)
A Rua que assegura a memória do seu nome fica no Bairro de Campo de Ourique.
(1) - Nova Enciclopédia Larousse
(2) - Gazeta de Lisboa Nº 9 (25.05.2000) página 8