Junto à Escola Josefa de Óbidos, A Fonte Santa (aos Prazeres). |
Localização
Rua Possidónio da Silva
Freguesia: Santo Condestável/Prazeres
Rua Possidónio da Silva
Freguesia: Santo Condestável/Prazeres
Esta fonte localiza-se entre os bairros da Estrela e de Alcântara. O seu nome deve-se à fama das virtudes curativas da sua água. Segundo reza a crença popular apareceu há cinco séculos, no cimo da encosta do Vale de Alcântara para os Prazeres, perto de uma mina de água, a imagem de uma Santa. A população devota começou a venerar a Santa numa ermida edificada no local da aparição. A água da mina foi utilizada para abastecer a humilde fonte que aí se construiu. Foi baptizada pelos populares Fonte Santa, porque os devotos da Santa ali iam lavar as feridas, beber água e lavar os olhos. A fonte chegou a grande estado de abandono, até que em 1835 foi restaurada, sendo embelezada com a pedra de cantaria cinzelada com as armas da cidade. É composta por uma frente simples, encimada por um frontão setecentista de igreja com uma cruz no topo. Este frontão é caiado. Inicialmente tinha dois tanques e duas bicas. Tem escadas de acesso do lado direito da fonte. A água da mina era sulfatada cálcica, mas a sua proximidade do cemitério e o seu teor nitratado vedou-a ao consumo público, passando o chafariz a ser alimentado por outra conduta. No local da ermida foi construída a taberna do João da Ermida. A fonte tornou-se um espaço de encontro dos operários e dos marujos, que aí descansavam depois de se saciarem na dita taberna. Hoje em dia a Fonte Santa dos Prazeres apresenta apenas um tanque e uma bica.
Chafariz em 1951 |
Invisível, seco e votado ao abandono! Eis o estado actual do Chafariz da Fonte Santa, um local que chegou a ser poiso de inúmeros fiéis que ali procuravam o rejuvenescer das águas, reconhecidas pelas suas qualidades medicinais.
A situação demissionária que entretanto arrasou o executivo de Lisboa atrasou esta e outras questões relacionadas com a gestão dos equipamentos da Capital, o que poderá ser um mau augúrio para os lisboetas mais sequiosos: a água não deverá jorrar das fontes por ora secas, pelo menos este Verão!
Segundo Magalhães Pereira, as responsabilidades da Fonte Santa deveriam ser atribuídas à Empresa Portuguesa de Águas Livres – EPAL, “que diz que até à torneira a responsabilidade é deles”, explicou o presidente.
Contactada pelo Jornal do Bairro, fonte do gabinete de Imagem e Comunicação da EPAL avançou que “não temos chafarizes a nosso cargo”, remetendo responsabilidades para a CML.
Apesar do empurrar de responsabilidades, o Chafariz da Fonte Santa consta no Inventário Municipal do Património, não sendo de descurar a sua importância a partir do século XVI, altura em que ali foi avistada Nossa Senhora.
Foi-se a cruz que coroava e denunciava a – ainda que remota – Fonte e respectiva reconstrução, datada de 1735.
O presidente da Junta dos
Para além do desaparecimento da cruz, as reclamações dos residentes naquela área vão-se multiplicando, “cada vez que ali vou há sempre alguém que se queixa de qualquer coisa que lá estava e deixou de estar”, denunciou Magalhães Pereira. “Ao lado da escadaria havia um chafariz frade que tinha uma torneira que também desapareceu”, foi o exemplo.
A Fonte Santa foi desenhada por Roque Gameiro e está ligada à acção de caridade vicentina de alguns devotos que preparavam e distribuíam refeições aos pobres e presos da zona.
O nome do lendário Chafariz deriva das propriedades milagrosas que eram atribuídas às suas águas, de qualidades medicinais. Ao contrário das restantes bicas de Lisboa, esta confluência não provinha do fornecimento da EPAL nem do Aqueduto das Águas Livres, continha sim água própria, resultante de uma fonte de absorção “com um lençol freático de qualquer tipo”, cujas águas se acumulavam no cimo e aqueciam, volvendo à Fonte ainda quentes, “daí as suas propriedades ditas terapêuticas”.
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